terça-feira, 28 de outubro de 2014

dESAFIOS DA INTERNET

Desafios da Internet para os professores - Moran

Como sempre os textos do Moran são maravilhosos! 
Minha postagem de hoje é sobre "Desafios da Internet para os professores".
Confira abaixo, com os meus grifos:


Com a chegada da Internet nos defrontamos com novas possibilidades, desafios e incertezas o processo de ensino-aprendizagem.
Não podemos esperar das redes eletrônicas a solução mágica para modificar profundamente a relação pedagógica, mas vão facilitar como nunca antes a pesquisa individual e grupal, o intercâmbio de professores com professores, de alunos com alunos, de professores com alunos.
A Internet propicia a troca de experiências, de dúvidas, de materiais, as trocas pessoais, tanto de quem está perto como longe geograficamente.
A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com os seus colegas.
O professor vai ampliar a forma de preparar a sua aula. Pode ter acesso aos últimos artigos publicados, às notícias mais recentes sobre o tema que vai tratar, pode pedir ajuda a outros colegas - conhecidos e desconhecidos - sobre a melhor maneira de trabalhar aquele assunto com os seus estudantes. Pode ver que materiais -programas, vídeos, exercícios existem. Já é possível copiar imagens, sons, trechos de vídeos. Em pouco tempo o acesso a materiais audiovisuais será muito mais fácil. Tem tanto material disponível, que imediatamente vai aparecer se o professor está atualizado, se preparou realmente a aula (porque os alunos também têm acesso às mesmas informações, bancos de dados, etc).
O grande avanço neste campo da preparação de aula está na possibilidade de consulta a colegas conhecidos e desconhecidos, a especialistas, de perguntar e obter respostas sobre dúvidas, métodos, materiais, estratégias de ensino-aprendizagem. O papel do professor não é o de somente coletar a informação, mas de trabalhá-la, de escolhê-la, confrontando visões, metodologias e resultados.
O professor pode iniciar um assunto em sala de aula sensibilizando, criando impacto, chamando a atenção para novos dados, novos desafios.Depois, convida os alunos a fazerem suas próprias pesquisas, -individualmente e em grupo- e que procurem chegar a suas próprias sínteses. Enquanto os alunos fazem pesquisa, o professor pode ser localizado eletronicamente, para consultas, dúvidas. O professor se transforma num assessor próximo do aluno, mesmo quando não está fisicamente presente. Não interessa se o professor está na escola, em casa, ou viajando. O importante é que ele pode conectar-se com os outros e pode ser localizado, se quiser, em qualquer lugar e em qualquer momento. A aula se converte num espaço real de interação, de troca de resultados, de comparação de fontes, de enriquecimento de perspectivas, de discussão das contradições, de adaptação dos dados à realidade dos alunos. O professor não é o "informador", mas o coordenador do processo de ensino-aprendizagem. Estimula, acompanha a pesquisa, debate os resultados.
Os alunos podem fazer suas pesquisas antes da aula, preparar apresentações -individualmente e em grupo. Podem consultar colegas conhecidos ou desconhecidos, da mesma ou de outras escolas, da mesma cidade, país ou de outro país. Aumentará incrivelmente a interação com outros colegas, pesquisando os mesmos assuntos, trocando resultados, materiais, jornais, vídeos.
A motivação para a prática de línguas estrangeiras e para o aperfeiçoamento da própria se torna muito mais perceptível, porque existe real necessidade de escrever e, nos próximos anos, também de falar na mesma e em outras línguas.
Os programas de tradução nos facilitarão a comunicação com outros países, mas quem domina a língua levará muita vantagem neste intercâmbio.
A Internet será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se, comunicar-se mais. Mas ela será um tormento para o professor que se acostumou a dar aula sempre da mesma forma, que fala o tempo todo na aula, que impõe um único tipo de avaliação. Esse professor provavelmente achará a Internet muito complicada - há demasiada informação disponível - ou, talvez pior, irá procurar roteiros de aula prontos -e já existem muitos - e os copiará literalmente, para aplicá-los mecanicamente na sala de aula.
Esse tipo de professor continuará limitado antes e depois da Internet, só que a sua defasagem se tornará mais perceptível. Quanto mais informação temos disponível, mais complicamos o processo de ensino-aprendizagem.
Quando podíamos escolher um único livro de texto e segui-lo capítulo a capítulo, estava claro o caminho do começo até o fim, tanto para o professor, como para o aluno, para a administração e para a família.
Agora podemos enriquecer extraordinariamente o processo, mas, ao mesmo tempo, o complicamos. Ensinar é orientar, estimular, relacionar, mais que informar. Mas só orienta aquele que conhece, que tem uma boa base teórica e que sabe comunicar-se. O professor vai ter que atualizar-se sem parar, vai precisar abrir-se para as informações que o aluno vai trazer, aprender com o aluno, interagir com ele.
A Internet não é mágica, mas as experiências que venho acompanhando na Universidade de São Paulo e o contato com professores e alunos que utilizam as redes eletrônicas no Brasil e em outros países me mostram possibilidades fascinantes de tornar o ensino e a aprendizagem processos abertos, flexíveis, inovadores, contínuos, que exigem uma excelente formação teórica e comunicacional, para navegar entre tantas e tão desencontradas idéias, visões, teorias, caminhos.
Os alunos estão prontos para a Internet. Quando podem acessá-la, vão longe. O professor vai percebendo que, aos poucos, a Internet está passando de uma palavra da moda a realidade em alguns colégios e nas suas famílias. Nestes próximos anos viveremos a interligação da Internet, com o cabo, com a televisão. Imagem, som, texto e dados se integrarão em um vasto conjunto de possibilidades. Ver-se e ouvir-se à distância se tornará corriqueiro. Pedir a um colega que dê aula comigo, mesmo que esteja em outra cidade ou país, ao vivo, será plenamente viável. As possibilidades da Internet no ensino estão apenas começando.

José Manuel Moran

Especialista em inovações na educação presencial e a distância 

Fonte: http://www.eca.usp.br/prof/moran/desaf_int.htm, visitado em 10/05/2011

eXCELENTE DICAS DE ESTUDO

Excelentes dicas: Como estudar?

Durante meus passeios pela net encontrei essa excelente matéria, de João Luís de Almeida Machado, no site CMAIS+ com ótimas dicas para a garotada melhorar seus estudos.

Ações e estratégias de trabalho que podem ajudar os alunos, em seu cotidiano, a atingir melhores resultados na escola.

Confira as dicas:
a) ORGANIZE SEUS MATERIAIS
Na véspera das aulas organize sua mochila com os materiais necessários para as atividades do dia seguinte antes de ir dormir. Livros, cadernos, estojos, réguas e materiais extras requisitados devem ser arrumados de forma antecipada para evitar peso extra na mochila e impossibilidade de participação em alguma atividade por falta de materiais.

b) MANTENHA SUA AGENDA ATUALIZADA
Anote numa agenda ou mantenha informes de compromissos escolares em uma parte específica de seu caderno para não perder prazos de entrega de tarefas, trabalhos ou participação em aulas extras, reuniões... Estas anotações devem ser compartilhadas com os pais ou responsáveis (no caso de alunos mais novos ou com maior dificuldade de organização) para que também eles saibam de seus compromissos e de sua organização.

c) FAÇA PERGUNTAS
Não entendeu? Não tenha vergonha de levantar à mão e perguntar. Pergunte na hora, peça para o professor explicar novamente. Peça exemplos que facilitem a compreensão ou então que os exercícios que geraram dúvidas sejam refeitos. Só depois que tiver certeza que entendeu é que você estará bem preparado para tarefas, exercícios em sala de aula ou provas.

d) FAÇA ANOTAÇÕES DETALHADAS
Durante as aulas faça as anotações sugeridas pelos professores e também se sinta a vontade para colocar ao lado anotações e observações adicionais nas quais sua compreensão do que está sendo explicado faça parte de seus registros.

e) ELIMINE DISTRAÇÕES
Na hora em que for estudar mantenha o foco apenas nos estudos e elimine as distrações. Não estude com música, TV ligada, telefones, computador ou qualquer outro recurso por perto que possa tirar sua atenção. No horário em que definir como período de resolução de tarefas e trabalhos ou ainda de estudo diário das matérias trabalhadas na escola faça-o em lugar tranquilo, sem movimento ou passagem de pessoas. Peça aos demais membros da família para não interromperem seus estudos.

f) TROQUE IDEIAS COM COLEGAS SOBRE OS ASSUNTOS ESTUDADOS
Seus colegas de classe elaboram também sua compreensão dos conteúdos e conceitos trabalhados em aula e, cada um faz isso de uma forma diferente, mesmo que os temas sejam iguais. Ao trocar ideias com eles o seu entendimento da matéria trabalhada pode então ser enriquecido ou facilitado.
Clique AQUI e confira a matéria na íntegra.


O QUE UM PROFESSOR PERFEITO FAZ?

O que um professor "perfeito" faz?

Descobri o artigo "Estudo mostra como os pais podem fazer dos filhos alunos brilhantes na escola" no Jornal A Gazeta, através de uma indicação do meu esposo.

Motivação para estudar começa dentro de casa, dizem especialistas na matéria.
O artigo retrata a importância da participação e motivação dos pais na vida escolar dos seus filhos.

Destaco abaixo o trecho da matéria que responde ao título desse post e que particularmente achei muito interessante para compartilhar com vocês. Uma boa oportunidade para refletirmos sobre nossa prática.
O que um professor perfeito faz:
  1. Impõe respeito na sala colocando aluno bagunceiro para ficar quieto;
  2. Interage ao invés de falar, falar e falar...
  3. Cria aulas interessantes com mídias variadas, incluindo vídeos;
  4. É descontraído e irreverente;
  5. Estimula os alunos a conseguirem bons resultados;
  6. Cobra e elogia ao mesmo tempo;
  7. Conversa e cria uma amizade com os alunos;
  8. Tem Facebook para se comunicar;
  9. Olha no olho e explica do jeito dele, sem precisar olhar muito no livro;
  10. Tem paciência para tirar dúvidas, e nunca diz: “Já expliquei isso”;
  11. Aplica provas justas aos alunos;
  12. Faz revisão antes das avaliações;
  13. Traz conteúdos além do material da escola, e dá exemplos realistas;
  14. Dá exercícios e os resolve no quadro;
  15. Orienta para profissões.
Fazendo uma busca pela net encontrei uma imagem que mostra algumas das principais competências e habilidades que um professor deve possuir:


Confira a matéria na íntegra AQUI.
Participação da minha querida amiga Cybele Meyer do Educa Já.
Fontes: 
Imagem: Google Imagens, visitado em 28/08/2013

Existe escola edeal?


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(Imagem: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo) (Imagem: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)
Com as Diretrizes Curriculares Nacionais consolidadas de novembro de 2009 a maio de 2011, para a Educação Infantil, Educação Básica, Ensino Fundamental de nove anos e Ensino Médio, o que se podia esperar seria que a discussão sobre o Currículo ganharia corpo e a restruturação do Ensino Médio passaria do momento da estagnação para a ação.
Assim, expectativas para a aprendizagem bem sucedida estariam postas de maneira clara e precisa para as instituições de ensino. Houve, sem dúvida alguma, um belo esforço na construção das Diretrizes Curriculares com vistas a garantir um mínimo de orientações gerais para que cada sistema construa o seu currículo. Um misto de currículo prescritivo e aberto aos Sistemas, para que fosse garantida a característica regional de um país continental como o Brasil. Dessa maneira estaria assegurada a equidade nacional do que se espera de um conhecimento básico comum a todos os alunos ao término de cada ano em qualquer ponto do território nacional.
Entretanto, os cursos de formação de professores, as licenciaturas, continuaram com o mesmo descompasso com a realidade da Educação Básica. Um fosso quase que intransponível. De um lado as Diretrizes mandatórias exigiram que as escolas refizessem seus Projetos e Regimentos, do outro lado os cursos de licenciaturas longe da realidade do “chão da escola” de Educação Básica. “Chão da escola”, expressão tão batida e ao mesmo tempo ainda traz um conceito bastante preciso do fazer pedagógico no dia a dia e no interior de cada unidade de ensino.
E com um panorama pouco animador, o processo ensino/aprendizagem apresenta resultados de puro fracasso escolar. Descontados resultados pontuais caracterizados por esforços solitários.
O Ensino Médio, carregado de conteúdos, um “elefante branco” que se instalou à última etapa da Educação Básica, ainda não disse a que veio. Ensinava-se para passar no vestibular; agora é para garantir uma classificação no ENEM. E, mesmo o aluno sendo muito bom, dominando todos aqueles conteúdos, muitos deles desnecessários para essa etapa da vida escolar, está, por conta das cotas, num perigo eminente de não ser agraciado com uma aprovação vitoriosa seja no vestibular ou, ainda mais importante, para sua vida profissional futura.
Fico a me perguntar: se as Diretrizes existem para garantir a equidade nacional, para que servem as cotas? Está posto nos documentos legais que todos os estudantes têm, através de um currículo básico, igualdade de acesso ao conhecimento universalmente acumulado, o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências e habilidades.
Cotas por quê?
É preciso rever o conceito de Equidade:
Equidade é um substantivo feminino, que significa igualde, simetria, retidão, imparcialidade (para reconhecer o direito de cada um, usando a equivalência para se tornarem iguais), conformidade.
A equidade existe para adaptar as situações tornando-as mais justas. “Equidade é uma forma justa da aplicação do Direito, porque é adaptada a regra, a uma situação existente, onde são observados os critérios de igualdade e de justiça”.
Bem, partindo dessa lógica logo podemos concluir que: existem as Diretrizes Curriculares Nacionais que orientam um currículo prescritivo para que todos os alunos tenham acesso de forma harmônica e justa, em pé de igualdade, ao conhecimento universalmente acumulado, e dessa maneira também, serão estimulados a desenvolverem suas habilidades e competências de forma a se tornarem cidadãos felizes. Podemos até fazer um pequeno trocadilho: FIB (felicidade interna bruta) no lugar de PIB (produto interno bruto).
Mas, contrariando a lógica, não é essa a nossa realidade. E a educação continua patinando em um círculo vicioso tentando descobrir “se é o ovo ou a galinha que nasceu primeiro”.
Afora o tom jocoso, como descrever e acreditar na seriedade de nossos governantes quando presenciamos o descaso com que é tratada a educação nesse país? A Educação parece navegar em mares nunca dantes navegados à mercê de ventos desconhecidos que a levarão a lugar algum.
E os alunos brasileiros ainda ficam entre os piores em teste de raciocínio lógico. Um novo teste do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) avaliou habilidades cognitivas de estudantes de 44 países. O Brasil ficou apenas com a 38ª colocação. “Como entender esse fenômeno: estudantes brasileiros têm sérias dificuldades para resolver problemas de matemática aplicados à vida real”.
“Alunos de 15 anos com dificuldades para resolver problemas serão os adultos de amanhã lutando para encontrar ou manter um bom emprego”, disse Andreas Schleicher, diretor interino de Educação da OCDE. “As autoridades e educadores devem rever seus sistemas de ensino e currículos para ajudar os estudantes a desenvolver suas habilidades para resolver problemas, cada vez mais necessárias nas economias atuais”.
Estávamos falando das Diretrizes e do Currículo que foram sacramentados entre 2009 e 2011. E um projeto de Lei ainda está discutindo um novo modelo de Ensino Médio.
É isso aí. E os resultados demonstram mais uma vez o quê?
>> Artigo escrito por Fátima Chueire Hollanda, diretora da Teaching Consult e assessora pedagógica do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  
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Como usamos o espaço das midias.

(Imagem: Roberto Custódi/Jornal de Londrina) (Imagem: Roberto Custódi/Jornal de Londrina)
Partes desse texto estavam engavetadas há alguns meses. Trechos guardados porque tínhamos decidido nos calar. Porém, refletindo e relendo a partir de nossas vivências, de nosso trabalho e reelaborando nosso pensar na relação teoria e prática, resolvemos retomá-los e compartilhá-los.
Ao final, pretendemos que compreendam de onde parte o questionamento do título. Para começar vamos conhecer a defesa que o professor Marcelo Borba, da UNESP de Rio Claro, faz em relação à abordagem de “coletivos seres-humanos-com-mídias”.
Marcelo é professor de Matemática e, quando ensina no intuito de que o aluno compreenda e, consequentemente, aprenda, ele defende a utilização das tecnologias. Desde tecnologias não tão novas, como material dourado, o tangram, lápis e papel, até as chamadas novas tecnologias digitais que advêm dos tempos de telemática, da internet e que carregam conteúdos digitais como simuladores, softwares e calculadoras gráficas que nos permitem conversar, produzir e aprender em rede e em colaboração com outros. A tese do professor Marcelo é, em essência, a de que o conhecimento se estabelece a partir desse coletivo formado por seres humanos e tecnologias, ou seja, na escola por coletivos seres-humanos-com-mídias.
Pois bem, a questão de sermos coletivos seres-humanos-com-mídias quando aprendemos Matemática ou qualquer outra disciplina escolar tem sido muito debatida por pesquisadores das escolas e pela sociedade em geral. E, nós, como professoras e pesquisadoras, temos alguns indícios de que o pensamento se (re)organiza de uma forma diferenciada quando usamos tecnologias, as tais mídias -  indícios também apontados pelo pesquisador e psicólogo Oleg K. Tikhomirov.
Podemos afirmar que o uso de mídias na escola, faz com que pensemos de forma diferente. Nosso pensamento se (re)organiza a ponto de facilitar nossa compreensão e aprendizagem sobre conceitos matemáticos, deste modo, somos coletivos seres-humanos-com-mídias. Mas, de onde parte o questionamento que abre esse texto? Será que só vemos vantagens em sermos seres-humanos-com-mídias?
O questionamento surge quando saímos da escola e observamos algumas situações do cotidiano. Situações, nas quais, nós seres-humanos-com-mídias, professores e alunos, temos a capacidade de filmar, retratar, registrar e compartilhar imagens de outras pessoas em situações de risco, perigo ou felicidade e, em muitas delas, não participamos e sequer interferimos. Situações que são registradas e publicadas nas redes sociais e, logo depois, comentadas por pessoas indignadas, transbordando ira e outras coniventes. Situações em que seres-humanos-com-mídias ressignificam os rituais dos “registros na caverna” no afã de deixar sua marca ou o seu autorretrato impresso, marcado.
Nessas situações, muitas vezes descartam o espaço de dor, de luto, de alegria, de felicidade que a situação retrata. E, então nos perguntamos, mas que humanos somos?
O questionamento indignado continua quando, em tempos de eleições, lemos e assistimos os resultados, as estatísticas das ditas tendências eleitorais e atuamos como profissionais. Representações gráficas, bem como representações audiovisuais, feitas por “seres humanos-com-mídias” que são, muitas vezes, publicadas, compartilhadas e apenas revelam o uso capcioso das “mídias”. Uso que faz com que a suposta maioria, não se pergunte sequer: o que há de “verdade na realidade?”.
E então, constatamos, a escola, a sociedade, nós “seres-humanos-com-mídias”, que ainda engatinhamos, tanto na compreensão do uso dessas mídias para promover aprendizagens, quanto para convivermos em uma sociedade em rede, com características próprias e que se estabelece ancorada em redes digitais.
Estamos imersos em um universo comunicativo e tecnológico, em que as mudanças nas relações sociais são mediadas pelas práticas midiáticas. A escola, e nos atrevemos dizer, que a sociedade em rede na qual vivemos, precisam ver além dos conteúdos para, quem sabe, podermos nos tornar “seres-humanos-com-mídias” e mais humanos.
Seres-humanos-com-mídias que consigam fazer leituras que permitam perceber o uso capcioso que alguns fazem das mídias, das tecnologias. Leituras que nos permitam compreender se essas “mídias” estão a favor ou contra seres humanos, a favor ou contra quais seres humanos.
E mais uma vez indagamos: Somos coletivos seres-humanos-com-mídias, mas que humanos?
>> Escrito por Glaucia da Silva Brito e Gílian Cristina Barros. Glaucia é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná – UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Gilian é professora da Rede Pública do Estado do Paraná, também pesquisadora em Tenologias na Educação e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR. As profissionais colaboram voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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A ducação é o pivor das mudanças do Brasil


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(Imagem: André Rodrigues/Gazeta do Povo) (Imagem: André Rodrigues/Gazeta do Povo)
A enorme polarização política existente no Brasil nos últimos tempos tem gerado efeitos nefastos sobre a nossa percepção da realidade. O clima de torcida em clássico de futebol que invade qualquer debate sobre os rumos de nossa sociedade impede-nos, individual e coletivamente, de compreender de forma plena as transformações e avanços que nossa sociedade tem experimentado nos últimos anos.
Um tema no qual tal polarização é particularmente prejudicial é a educação. Ainda que seja elencada nos discursos de palanque ou de mesa de bar como uma das prioridades nacionais, ignora-se na maior parte das vezes o real cenário no qual as escolas e o sistema educacional brasileiro se encontram, pois enquanto de um lado pinta-se um cenário apocalíptico, de outro se vende a ideia de que nossos seculares problemas foram sanados pela ação redentora dos ocupantes do poder. Felizmente, nossa realidade educacional é bem mais complexa do que se pinta.
Se é ingênuo imaginar que a educação brasileira vai bem, obrigado, é igualmente naïf pensar que em nada se avançou nos últimos anos. Tome-se como exemplo a questão do tempo que a criança passa dentro da escola: se ainda não atingimos aquilo que se observa nos países com bons índices educacionais (e aqui o parâmetro são os membros da OCDE), pelo menos hoje reconhecemos a necessidade de que cada criança e jovem passe mais que 4 horas por dia no ambiente escolar. Tal mudança se deu, obviamente, não apenas por obra e graça de um governo – aliás, se há um erro em nossa sociedade é achar que a educação vai mudar APENAS pela ação governamental; a pressão de pais, empregadores, professores, juntamente com alguns programas oficiais, tem feito este cenário mudar.
Dito isso, destaco um interessante caminho para as escolas públicas ampliarem o atendimento à comunidade, que é o programa federal Mais Cultura nas Escolas. Por meio de parcerias realizadas entre escolas e entidades culturais, podem ser apresentados projetos com orçamento de até R$20 mil para o desenvolvimento de atividades culturais e artísticas no âmbito escolar, exclusivamente para aquelas instituições que já participam dos programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. Com isso, espera-se que as instituições absorvam a produção cultural e artística existente no seu entorno, tornando-a um espaço de vivência da arte e da cultura.
Em 2014 o programa aprovou mais de cinco mil propostas que já estão em execução em todo o território nacional. Sabemos que, dado o gigantismo de nosso país e as profundas desigualdades existentes entre os diversos estabelecimentos de ensino, não será apenas uma iniciativa dessa natureza que resolverá todos os problemas da educação. No entanto, reconhecemos o mérito do programa ao considerar a importância da cultura para a formação dos estudantes, para a valorização dos saberes locais e, principalmente, para o protagonismo do espaço escolar nas comunidades. Em nossa visão, uma grande escola não se faz com equipamentos de última geração, fachadas espelhadas ou mármore nos banheiros; pelo contrário, de nada resolvem investimentos em estrutura física se os mesmos não forem acompanhados de uma vivência efetiva, por parte da comunidade, do dia a dia escolar e de seu reconhecimento como espaço de confluência de conhecimentos que ultrapassem o tecnicismo e o decoreba. Iniciativas como essa que levam a arte para dentro da escola, por exemplo, e induzem os gestores escolares a buscarem soluções que vão além dos governos, apontam nessa direção e fazem com que nossas crianças tenham uma vivência mais rica e mais prolongada em seu dia a dia como estudantes.
>>Christiano Ferreira é historiador e atua há mais de 10 anos no Ensino Básico e Superior como docente e gestor educacional. Atualmente coordena o Projeto Tetear, da Parabolé Educação e Cultura, que leva oficinas de arte e educação para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social na Região Metropolitana de Curitiba. O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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